domingo, 21 de fevereiro de 2016

O Trenó

Eu estava em uma estação de metrô já na plataforma de embarque esperando. Por algum motivo, eu voltei para as catracas e lá eu encontrei uma mulher que nunca vi na vida. Ela disse que eu precisava segui-la e entrou por uma porta que era apenas de acesso a funcionários. Fiquei com um certo medo e decidi voltar à plataforma de embarque. Agora tudo lá estava mudado: caia neve do teto, o chão estava coberto de neve, as paredes eram de gelo, haviam cadeiras para esperar o trem distribuídas como as de um teatro e uma pequena casa de gelo atrás dos trilhos. Eu me sentei e perguntei para um cara do meu lado o que estava acontecendo e ele me disse: "Só ligaram o ar condicionado".

O trem chegou, mas não era um trem, eram vários trenós que lembravam os do Papai Noel, um ligado ao outro, sem as renas na frente. Me sentei em um deles e quando eu olhei para a pessoa que se sentou ao meu lado, era uma amiga minha que eu não vejo há um certo tempo. Não me lembro sobre o que conversamos. Os trenós começaram a andar pelos trilhos e a fazer um caminho cada vez mais perigoso, em pouco tempo se assemelhando a uma montanha russa.

As pessoas começaram a se desequilibrar e a cair pelo caminho minha amiga caiu também e no final, restava apenas eu, então o trenó começou a subir até o ultimo andar de um prédio, ele entrou nesse andar e parou. Ouvi a voz típica que se escuta dentro dos trens dizendo: "Terminal Inferno, desembarque pelo lado direito". Saí do trenó um pouco assustado. Estava em um corredor com um elevador, várias portas, uma janela em cada ponta e uma escada em espiral que dava pra ver o térreo. Fui para uma janela para tentar ver se via a minha amiga de lá de cima ao alguma outra pessoa que também caiu, mas estava muito alto para ver qualquer coisa.

Escuto um "beep". É alguém entrando no elevador, olho para trás e reconheço o matemático da postagem "Profanação de Descartes" (Ele existe no mundo real). Eu precisava falar algo com ele, mas o único elevador daquele prédio elevador já descia e ele iria embora. Eu decido saltar pela enorme escada para chegar no térreo antes dele. Não me machuquei na queda.

Encontro ele lá em baixo e começamos a conversar sobre a qualidade do ensino das universidades da região, eu chego a comentar que almejo me aprofundar em física. No final da breve conversa, tento tirar uma dúvida com ele sobre derivadas que me corrói a alma há alguns dias, mas ele diz que não há tempo para me explicar e que eu só entenderei aquele conceito daqui a alguns anos. Ele entra em um celta velho, cheio de ferrugem e soltando muita fumaça preta. Enquanto a fumaça me cobre, tento pensar em uma explicação para um homem rico como ele estaria fazendo com um carro desses (ele tem muita grana na vida real).

Meu pensamento é interrompido por uma voz feminina com tom ríspido atrás de mim que respondia a minha pergunta: "Ele não quer parecer rico para não atrair ladrões, seu imbecil!". Olho para trás assustado e vejo a minha amiga que caiu do trenó. A queda a deixou paraplégica e ela estava em uma cadeira de rodas. Não tive tempo de pensar em qualquer coisa e ela disse: "Você me deixou cair para ir atrás daquele velho!".

Acordei.

sexta-feira, 1 de janeiro de 2016

Dolly Guaraná


Eu e alguns amigos combinamos de ir ao cinema assistir a algum filme. Já estávamos no shopping (não sei em outras cidades do Brasil, mas aqui em São Paulo a maioria dos cinemas fica dentro de um shoppings). Inicialmente eramos eu, um amigo meio gordo de óculos, que aqui vamos chamar de Gabriel, um descendente de japonês, que chamaremos de Leonardo, e um magro viciado em animes e ativo jogador de League of Legends, que chamaremos de Matheus aqui (nomes fictícios). (Sim, só homem pq somos de exatas. Não somos muito bons com humanas, em todos os sentidos hehehehe).

Chegamos muito cedo, então resolvemos andar um pouco pelo shopping, para passar o tempo. Passamos por alguns corredores estreitos e cheios de curvas, inapropriados para shoppings e chegamos a uma exposição sobre a Grécia Antiga, algo também inapropriado para um shopping. Começamos a andar pelas alas, observando as estátuas nuas, as colunas dóricas, os vasos pintados e pinturas de deuses.

Estava muito cheio e acabei me separando dos outros. Resolvi ir ao banheiro e depois espera-los na frente do cinema, já que um pouco antes do filme começar eles apareceriam por lá também. Entro no banheiro e vejo uma outra colega minha, que vamos chamar aqui de Amália. Ela estava espancando o Matheus com uma garrada de Dolly.

Sua cabeça já sangrava muito e ele se convulsionava no chão, enquanto Amália o atingia sem piedade. Eu dou um grito de susto e desespero e logo várias pessoas chegam ao banheiro para ver o que estava acontecendo. meio ao tumulto, eu abro caminho e procuro a saída do shopping ao som de sirenes, não se se são de polícia ou de ambulâncias. Não consigo encontrar a saída, o shopping parece um labirinto de mármore e vidro, o que aumenta o meu desespero.

Uma viatura quebra uma parede de vidro e entra no shopping eu uso o rombo deixado para chegar à rua. Era uma rua extremamente suja e deserta, mas ao mesmo tempo lembrava a Avenida Paulista. Decido ir a um ponto de ônibus e pegar um para voltar para a casa. Acordei.

quarta-feira, 9 de dezembro de 2015

Profanação de Descartes


Estava em uma aula de matemática (Ah sim, a rainha das ciências,  como diria Gauss! Sério, eu adoro matemática). Era um excelente professor, não esses de colégio que passam fórmula e 999 exercícios. Ele nos levava à essência das coisas,  transformando tudo em um aprendizado prazeroso e produtivo.

Eu tentava aproveitar esta utopia, mas mesmo me sentando a poucos metros do professor,  não conseguia compreender uma palavra do que ele dizia porque três velhas tagarelavam indefinidamente perto de mim. Isto já estava me causando um ódio absurdo, mas eu procurava me controlar.

Eis que alguém que também tentava ouvir a aula perto de mim perde a paciência e começa a esvravejar tudo o que eu tinha vontade de dizer às senhoras, que ouvem tudo caladas e envergonhadas.  Sua voz começa a se distorcer e produzir ecos, provavelmente obra da minha mente.

Quando olho para a frente, vejo o professor desenhando com seu giz um plano cartesiano no chão. Ele escreve a equação de uma circunferência na lousa e começa a desenhar um grande círculo no chão, representando o seu gráfico. Isto me deixa de certa forma apavorado,  mas não havia motivos óbvios e o que viria a seguir seria pior.

As pessoas perdem o foco e conversam muito em minha volta, suas vozes se misturam com as vozes do homem que ainda grita ao meu lado. Uma figura estranha, que ficava à minha esquerda, com uma jaqueta azul marinho que cobria quase todo o corpo, mostrando apenas um rosto com cicarrizes horrendas,  se levanta e tira de dentro de sua jaqueta alguns gatos. Ele se dirige à frente da sala e com a ajuda do professor, começa a sacrificar estes gatos com facas sobre a circunferência desenhada no planos cartesiano (merda, eu adoro gatos). Eu me sinto traido, vendo aquele professor,  que eu tanto respeitava e apreciava comentendo esta barbaridade.

Eu tento denuncia-lo para as pessoas perto de mim, mas elas ignoram a mim e ao que está acontecendo. Vejo um quadro com o rosto de Descartes na parede e começam a cair lágrimas de seus olhos. Um quadro chorando.

Acordei

sexta-feira, 27 de novembro de 2015

Golfinhos


     Estava sentado de boas em um cais molhando meus pés na água do mar, já era tarde, o céu estava laranja e eu apreciava a paisagem. De repente, aparece um golfinho que vem até perto de mim e coloca a cabeça para fora da água:

-Oi amigo! Tudo bem com você? (ele tinha uma voz bem fina)
-Oi eu estou bem, o obrigado. Quem é você?
-Eu sou o seu colega japa
-Não cara, você não é ele!
-Eu sou sim, acredite em mim! Entre na água!
-Não vou entrar aí! Você está querendo me enganar!
-Acredite em mim a água está ótima!
-Estou saindo daqui, seu golfinho escroto!

     Me levantei e fui para a praia, bem longe da areia, onde um golfinho não pudesse me alcançar. Encontrei no meio da areia uma casa e entrando nela, encontrei uma cama. Me deitei nesta cama para dormir, e quando percebi, estava amarrado nela.
Aparece o meu amigo japa, agora no seu formato humano. Ele diz que vai me transformar em um golfinho.      Começa a colocar pílulas azuis pelo meu corpo. imediatamente, a pele absorve as pílulas e começa a ficar cinza. Eu estava virando um golfinho e era desesperador!
     O amigo japa começa a rir e sua cara começa a derreter. Começar a entrar várias pessoas no quarto, algumas com cara de golfinhos. Minha mãe entra (reconheci ela porque estava com o rosto normal). Ela me diz que não me considera mais como filho dela pq eu agora sou um golfinho.
Começo a ouvir aquele som que os golfinhos fazem que parece uma risada. Cada vez mais alto...
Acordei.

terça-feira, 24 de novembro de 2015

O Parque


Estava andando calmamente em uma rua próxima a um belo parque. As árvores estavam cheias de flores e haviam muitas pessoas caminhando. Vejo alguém que eu considero muito importante para mim à distância(não me lembro que era). Imediatamente, começo a correr atrás dessa pessoa, pois sabia que ela estava correndo um grande perigo (não sei o que era, mas é grave).

Não importava o quão rápido eu a seguia, mas ela estava sempre andando calmamente e se afastando cada vez mais, violando a física. Já estou dentro de parque e agora tenho a sensação de que também estou sendo perseguido por algo extremamente perigoso, mas também não sei o que é. Nisso, um velho vestido de camponês me segura. Ele estava chorando e me dizendo que eu precisava apanhar os gatos que ficavam espalhados em meio ao lugar (haviam muitos gatos pretos agora). Eu sinto que não vou alcançar a pessoa de qualquer maneira, e com um certo remorso, decido ajudar o velho.

Começo a correr o mais rápido que posso atrás dos gatos, mas não consigo chegar em nenhum e a vegetação começa a ficar cada vez mais densa, praticamente se transformando em uma floresta. Chego exausto em uma clareira e lá encontro uma bailarina. Ela vestia uma máscara de gás e estava cortando a cabeça de vários gatos e as costurando por todo o corpo de um homem nu e provavelmente já morto. Ela percebe a minha presença e fica me encarando. Eu pergunto quem ela é. Ela se aproxima calmamente de mim, tira a sua máscara (era uma garota linda) e me diz “Eu sou o amor de sua vida”. Começo a tiltar e seu rosto começa a derreter. Acordei.

Microondas



Cheguei em minha cozinha com fome, abri a geladeira e encontrei um daqueles sacos plásticos grandes da Sadia que normalmente vem um peru enorme dentro ( ͡° ͜ʖ ͡°). Abri e lá dentro estava a cabeça de uma conhecida minha.

-Bom dia! Que estranho ver você por aqui
-Bom dia
..............
-Você não vai me cumprimentar com um beijinho no rosto?
-Não cara

Agi normalmente retirando ela colocando em um prato e colocando dentro do micro-ondas, porque estava com fome.


A cabeça acabou explodindo e eu tomei um leve susto. Pedi desculpas pra ela, mas eu ouvi lá de dentro um “Vai se foder!”. Isso me deixou muito triste, eu comecei a chorar loucamente. Nisso chegou um velho careca de terno e gravata que começou a gritar comigo me fazendo chorar mais ainda. Logo em seguida, chegaram aqueles guardas reais britânicos que vestem aqueles chapéus pretos estranhos e também começaram a gritar comigo. Logo os rostos de todo o mundo começou a derreter. Acordei.

Cogumelos


Estava em uma maternidade acompanhando na sala de espera uma mulher que eu não faço ideia de quem era. Um médico (devia ser o mais importante de lá, estava muito bem vestido) se aproxima de nós e começa a conversar com a mulher algo que eu não posso ouvir. Pouco depois, ele chama nós dois para jantar.

Entramos em uma sala em um dos corredores de hospital e lá estava uma mesa cheia de comida. Nos sentamos e começamos a comer, sem falar nada. Tinha chapignon em tudo: no molho do spaghetti, no recheio das massas e em tudo mais. Terminamos de comer e a mulher começa a dar a luz ali mesmo. O médico retira o bebê e o enterra em um jardim. Nesse jardim haviam diversos cogumelos e o médico me explica que os cogumelos que eu como vem de lá. Começo a sentir nojo disso e acordo. To meio bad com, isso.....