Eu estava em uma estação de metrô já na plataforma de embarque esperando. Por algum motivo, eu voltei para as catracas e lá eu encontrei uma mulher que nunca vi na vida. Ela disse que eu precisava segui-la e entrou por uma porta que era apenas de acesso a funcionários. Fiquei com um certo medo e decidi voltar à plataforma de embarque. Agora tudo lá estava mudado: caia neve do teto, o chão estava coberto de neve, as paredes eram de gelo, haviam cadeiras para esperar o trem distribuídas como as de um teatro e uma pequena casa de gelo atrás dos trilhos. Eu me sentei e perguntei para um cara do meu lado o que estava acontecendo e ele me disse: "Só ligaram o ar condicionado".
O trem chegou, mas não era um trem, eram vários trenós que lembravam os do Papai Noel, um ligado ao outro, sem as renas na frente. Me sentei em um deles e quando eu olhei para a pessoa que se sentou ao meu lado, era uma amiga minha que eu não vejo há um certo tempo. Não me lembro sobre o que conversamos. Os trenós começaram a andar pelos trilhos e a fazer um caminho cada vez mais perigoso, em pouco tempo se assemelhando a uma montanha russa.
As pessoas começaram a se desequilibrar e a cair pelo caminho minha amiga caiu também e no final, restava apenas eu, então o trenó começou a subir até o ultimo andar de um prédio, ele entrou nesse andar e parou. Ouvi a voz típica que se escuta dentro dos trens dizendo: "Terminal Inferno, desembarque pelo lado direito". Saí do trenó um pouco assustado. Estava em um corredor com um elevador, várias portas, uma janela em cada ponta e uma escada em espiral que dava pra ver o térreo. Fui para uma janela para tentar ver se via a minha amiga de lá de cima ao alguma outra pessoa que também caiu, mas estava muito alto para ver qualquer coisa.
Escuto um "beep". É alguém entrando no elevador, olho para trás e reconheço o matemático da postagem "Profanação de Descartes" (Ele existe no mundo real). Eu precisava falar algo com ele, mas o único elevador daquele prédio elevador já descia e ele iria embora. Eu decido saltar pela enorme escada para chegar no térreo antes dele. Não me machuquei na queda.
Encontro ele lá em baixo e começamos a conversar sobre a qualidade do ensino das universidades da região, eu chego a comentar que almejo me aprofundar em física. No final da breve conversa, tento tirar uma dúvida com ele sobre derivadas que me corrói a alma há alguns dias, mas ele diz que não há tempo para me explicar e que eu só entenderei aquele conceito daqui a alguns anos. Ele entra em um celta velho, cheio de ferrugem e soltando muita fumaça preta. Enquanto a fumaça me cobre, tento pensar em uma explicação para um homem rico como ele estaria fazendo com um carro desses (ele tem muita grana na vida real).
Meu pensamento é interrompido por uma voz feminina com tom ríspido atrás de mim que respondia a minha pergunta: "Ele não quer parecer rico para não atrair ladrões, seu imbecil!". Olho para trás assustado e vejo a minha amiga que caiu do trenó. A queda a deixou paraplégica e ela estava em uma cadeira de rodas. Não tive tempo de pensar em qualquer coisa e ela disse: "Você me deixou cair para ir atrás daquele velho!".
Acordei.